Mangaratiba sedia Seminário ‘Sítio Arqueológico do Sahy: Patrimônio Nacional e da Humanidade’.

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Mangaratiba sediou nesta sexta-feira (24) o Seminário ‘Sítio Arqueológico do Sahy: Patrimônio Nacional e da Humanidade’. O evento, promovido pelo Ministério Público Federal, em parceria com a Prefeitura de Mangaratiba, a Fundação Mário Peixoto (FMP) e o IPHAN, teve como objetivo estabelecer um pacto entre órgãos da união, poder executivo, instituições e empresas parceiras para articular a proteção efetiva das ruínas do Sahy e estimular o turismo sustentável do espaço.

O Seminário foi mais uma etapa do projeto colaborativo firmado entre o Ministério Público Federal, a Prefeitura de Mangaratiba, a FMP, para garantir a proteção permanente e sustentável do Parque Ambiental e Arqueológico das Ruínas do Sahy. A iniciativa, que visa além da preservação do espaço, também inclui a valorização dos bens culturais existentes no sítio arqueológico do ponto de vista histórico e econômico, bem como, fomenta o turismo sustentável de base comunitária.

O Procurador Geral da República, Sérgio Suiama, que coordenou o encontro, pontou a importância histórica das ruínas do Sahy e explicou a realização do seminário.

“As ruínas do Sahy são um conjunto arquitetônico que contam parte da história da humanidade e de milhares negros escravizados. Estamos aqui para delegarmos funções e buscarmos juntos uma forma de cooperação que preserve a magnitude desse sítio arqueológico, que é única em toda a região, e nos ajude a despontar o enorme potencial para o turismo sustentável e de base comunitária que esse espaço oferece”, comentou.

O prefeito Alan Bombeiro participou do seminário. Segundo ele, toda estrutura da prefeitura está à disposição para que o projeto saia do papel.

“Estamos muito felizes em ver essa mobilização em prol das ruínas. A prefeitura precisa desse suporte, pois, tem barreiras legais para atuar dentro da esfera municipal, devido ao tombamento do sítio arqueológico. Agradeço ao procurador Sérgio Suiama por capitanear essa iniciativa. Vamos fazer um esforço conjunto e encontrar um caminho que nos ajude a valorizar esse patrimônio, cujo a história tem importância para a humanidade. Precisamos
avançar na preservação das ruínas e investir num turismo responsável, que deixe um legado para a cidade”, disse.

A Diretora do Centro Nacional de Arqueologia do IPHAN, Jeanne Crespo, destacou que o sítio arqueológico do Sahy tem potencial científico, histórico e turístico e que é preciso, de forma conjunta, estabelecer mecanismos de proteção e busca da função social do patrimônio.

Já a Presidente da FMP, Cecília Cabral, lembrou da importância de sensibilizar a população para que o projeto aconteça. De acordo com ela, ainda que o judiciário, legislativo e o executivo estejam somando forças, é necessário que os municípes e visitantes também se envolvam nesse processo para que a efetiva proteção possa ocorrer.

Mesas Temáticas:

Além do grupo de trabalho que foi formado para garantir o desenvolvimento das etapas do projeto conjunto possa acontecer, durante o seminário foram realizadas três palestras com o objetivo de contextualizar a importância do sítio arqueológico e apontar potencialidades do local. As mesas de trabalho ‘As ruínas do Sahy no contexto do tráfico atlântico de escravizados: História e Arqueologia’, ‘Turismo étnico-cultural, patrimônio histórico e desenvolvimento local’, e ‘Diálogo: Sítio Arqueológico do Sahy: para quem?’ contaram com a participação de arqueólogos, historiadores, turismólogos, equipes da prefeitura, da PGR, IPHAN e da comunidade local.

Também participaram do encontro os Secretários Paulo Rogério Escarani (Defesa Civil), Cláudio Maia (Meio Ambiente), Waldemar César Ramos (Comunicação), Braz Marcos (Administração), Bruno Soares (Segurança, Trânsito e Ordem Pública), Fernando Luís Mattos da Matta (Turismo), além dos subsecretários de Educação, Comunicação, Turismo, Governo e Gabinete, representantes da MRS, CCR, do Quilombo Santa Justina e Santa Isabel, Assopesca, as professoras Dra. Martha Abreu (História/UFF), Camilla Agostini (Arqueologia/UERJ), e a Turismóloga Thaís Rosa Pinheiro (UNIRIO), entre outras autoridades.

Sobre o Parque Ambiental e Arqueológico das Ruínas da Praia do Sahy:

Localizado junto a Praia do Sahy, o Parque Ambiental e Arqueológico possui mais de 40 mil metros quadrados e em meio a uma área de mata densa, guarda as ruínas do antigo Porto de Mangaratiba. Em meados de 1800, o local era utilizado para o desembarque e comércio clandestino de milhares de africanos escravizados. A grande estrutura arquitetônica, incomum dentre outras da época, contava com fazendas de engorda de escravos, casarões, entreposto de produtos, cemitério, senzalas, capela, entre outros componentes, cujo as ruínas formam hoje um dos maiores Sítios Arqueológicos da região.

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